Como resolver conflitos familiares?
- Psicólogo Reinaldo CRP20/07501
- 1 de ago. de 2017
- 5 min de leitura

A família é o local onde tudo começa a funcionar. Aqui é onde aprendemos a expressar nossas emoções.
Mas as vezes as coisas saem do controle. E quando isso acontece o que fazer? veja algumas dicas para tentar resolver seus problemas ou conflitos familiares.
Saiba ouvir
Somos ávidos para impor nossa opinião quando estamos em um conflito. Queremos de toda forma provar que estamos certos (mesmo que estejamos errados). Aprenda a ouvir mais! Aprenda a deixar a outra pessoa expor o ponto de vista dela. Muitos conflitos ocorrem e se mantém pelo simples fato de uma pessoa não ouvir a outra. Às vezes o problema gerador do conflito nem é tão grande, poderia ser facilmente resolvido, mas como ninguém se ouve, não há como dialogar sobre o conflito e solucioná-lo.
Não interrompa quando a outra pessoa estiver falando
Tão importante quanto saber ouvir é saber respeitar o espaço de cada um. Interrupções acaloradas enquanto o outro fala só vão jogar mais lenha na fogueira. Diante dos conflitos familiares é preciso chamar o domínio próprio para participar e aprender a respeitar o espaço do outro em sua argumentação, ainda que esteja errado. Interrupções atrapalham a compreensão de cada parte e o problema acaba não sendo resolvido.
Escolha a melhor hora para falar
Apesar de ser sempre importante que a verdade seja dita, precisamos aprender que a verdade não pode ser dita de qualquer jeito, em qualquer momento. Diante dos conflitos familiares sempre reflita se aquele momento mais acalorado é o momento ideal para um diálogo. Às vezes algumas verdades precisam ser ditas, mas em um novo momento.
Não resolva nada enquanto estiver com a cabeça quente
Sabemos que conflitos familiares exigem a tomada de decisões para que os problemas sejam sanados. O problema é que muitos tomam essas decisões enquanto estão de cabeça quente. Quando estamos alterados emocionalmente nossas decisões tendem a não ser racionais. Se estiver vivendo um conflito familiar prefira tomar decisões quando a cabeça esfiar.
Defina claramente qual é o problema
O problema é a falta de capacidade das pessoas em lidarem com o problema e resolvê-lo. Isso se dá porque geralmente levamos os conflitos familiares para o lado pessoal. Ou seja, sempre nos achamos agredidos de alguma forma. Isso atrapalha enxergar realmente qual é o problema e como tratá-lo racionalmente. Não é difícil algum familiar ficar magoado com outro porque ele “falou alto comigo” ou porque “não me ama mais” ao invés de tentar, com argumentos e reflexões sensatas, entender o porquê estão em conflito e solucionar a partir da causa real.
Pense em como resolver o problema
Ao invés de partir para qualquer tipo de agressão, parta para a solução. Vale muito a pena manter a paz no ambiente familiar. Por isso, no que depender de você busque soluções, mesmo que isso implique em ser humilde e abrir mão de uma opinião que tenha, em favor da paz. É muito mais sábio apaziguar conflitos familiares resolvendo as diferenças do que colocar mais gasolina na fogueira e aumentar a dor de cabeça. Seja um solucionador de problemas e não um causador de mais.
Reconheça se estiver errado
Todos que entram em uma discussão se consideram a parte que está certa. Mas no fundo no fundo, quem está errado sempre tem alguma consciência disso. Se você estiver errado, mesmo que seja uma mínima consciência de que está errado, reconheça o erro. O poder da atitude de reconhecer um erro e pedir perdão é muito maior do que imaginamos. Ter humildade para reconhecer que está errado dentro dos conflitos familiares é uma atitude capaz de resolver definitivamente o conflito.
Peça desculpas
Você pode pensar que não tem motivos para desculpar-se, mas tem. Ao permitir-se embarcar numa disputa, você acabou gerando sofrimento para muitos a sua volta. Se você foi responsável pela briga ou teve parcela de responsabilidade, peça desculpas.
Na medida do possível, corrija seu erro
Certos conflitos são gerados por erros que cometemos e não temos a humildade de corrigi-lo. O ego fala mais alto, e o problema se torna uma bola de neve.
Não jogue as coisas na cara da outro
É comum nos conflitos familiares que as partes joguem as coisas na cara um do outro. Ressuscitam erros do passado, evidenciam defeitos, tudo para ter munição para atingir o outro. Essa atitude só agrava o conflito. Quando estiver diante de um conflito esvazie os bolsos de qualquer munição que possa ferir a outra pessoa. Aqueles que conseguem fazer uso de boas palavras em um conflito familiar têm muito mais chances de amenizar.
Exercite o perdão
Dificilmente os conflitos familiares se resolverão se o exercício do perdão não acontecer. Por isso, esteja disposto a perdoar. Sem perdão a família tende a ruir diante dos conflitos, já que todos erramos em muitas coisas e acabamos atingindo o próximo de alguma maneira.
Tente uma aproximação
Se você deseja que um dia tudo isso acabe, saiba que é necessário que alguém dê o primeiro passo. Faça isso você mesmo. Inicialmente você pode escrever uma carta ou um e-mail. Expresse seu desejo de passar por cima de tudo e reconciliar-se com seu familiar. Convide-o para conversar pessoalmente.
Abra seu coração
Proponha uma conversa franca onde ambos ponham na mesa tudo o que motivou a brigar e o que estão sentindo com toda essa história. Ao exporem seus sentimentos, vocês constatarão que ambos saíram perdendo e que algo precisa ser feito para mudar tudo isso.
Use de empatia
Numa briga é comum que cada um defenda que tem a razão. Coloque-se no lugar do seu familiar. Tente lembrar detalhadamente o que você fez ou disse pra ele. Pense como você se sentiria se ele fizesse ou dissesse o mesmo para você. Só assim você poderá entender a profundidade dos seus sentimentos.
As pessoas são suscetíveis a erros
Se mesmo depois de usar de empatia você estiver convencido de que não foi culpado na briga (tenha em mente o ditado popular “quando um não quer, dois não brigam”), não seja intransigente. Lembre-se da máxima “errar é humano”.
As pessoas podem aprender com seus próprios erros
Aprendemos com as cabeçadas que damos na vida. Tente tirar boas lições dos seus erros e dê a chance de seu familiar demonstrar que também aprendeu com os erros dele.
Não espere tempo demais para agir
As pessoas não vivem eternamente. Busque uma reconciliação. Muitas lágrimas derramadas sobre os túmulos provêm de arrependimentos.
Não tome partido nas brigas familiares.
Você estará dando razão a uma das partes, o que contribuirá para que ela se sinta confortável na postura altiva que adotou. Tente ser o mediador numa reconciliação, encontrando meios pacíficos de resolver o problema. Se você se sentir impotente na função de mediador, converse com o restante da sua família e peça ajuda. Se for necessário, busquem a ajuda de um terapeuta familiar.
Que essas dicas sejam ponderadas. Que não seja apenas palavras.
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